Projeto Adote um Campeão nasceu do desejo dos Grupos de Apoio à Adoção de Belo Horizonte (GAABH) e de Santa Luzia (GADA – Associação de Apoio à Adoção e a Convivência Familiar e Comunitária) em parceria com o Cruzeiro Esporte Clube, com apoio das Varas da Infância e da Juventude das Comarcas de Belo Horizonte de Santa Luzia e da 23ª Promotoria de Infância e Juventude de Belo Horizonte.

Buscamos dar visibilidade e oferecer às crianças e adolescentes com idade igual ou superior a 7 anos, devidamente destituídos de sua família de origem e incluídos no CNA, uma oportunidade de serem ouvidos, para que exponham o desejo mais caro de seus corações: O DE TER UMA FAMÍLIA. E, além de terem atendido o direito à convivência social e comunitária, procuramos proporcionar a realização do sonho de estar próximo aos seus ídolos do esporte.

Estas crianças e adolescentes precisam ter voz, precisam ter rosto, precisam ser vistas e, principalmente, precisam ter uma história de vitória para contar, como campeões ao lado de uma família que os ame e acolha como filho(a). Acreditamos que aquele que não é visto não pode ser amado! Afinal, ninguém ama no desconhecido…

O nome do projeto vem da reunião entre a história vitoriosa do Cruzeiro Esporte Clube e das histórias de superação desses meninos e meninas que, pela garra que possuem, são verdadeiros Campeões. Eles não deixaram de acreditar. Jamais desistiram de sonhar e lutar. Então por que não associarmos o futebol, que é a paixão nacional, ao desejo de ter e ser família, para dar visibilidade a um projeto tão bonito?

Venha torcer e encontre nos rostos destas crianças e adolescentes o seu Campeão, que só precisa desta jogada de amor para fazer um gol de esperança e escrever uma história de vitória ao lado de uma família, que pode ser a sua. E por que não? Esse projeto será um gol de esperança e alegria na vida dessas crianças e adolescentes!

 

REFLEXÃO:

 

Basta apenas um momento para que uma vida se desfaça por completo, devido à negligência, à irresponsabilidade, ao desafeto e desamor. Famílias se perdem, crianças e adolescentes se veem tendo que ser pais e mães de si mesmos para sobreviver.

São vidas estilhaçadas, olhares perdidos num passado nem tão distante e um desejo silenciado no fundo da alma que almeja gritar sua tristeza, sua ausência, sua dor… Mas para quem, se não há ninguém para ouvir?

Uma ansiedade crescente, num misto de expectativa e esperança de algo que tanto se espera, mas que não vem. Um querer simplesmente, um poder ter alguém. O presente que se confunde com o passado e uma história fragmentada a ser contada tornam esse ser incompleto, por não ter quem procurar, não ter com quem contar, não ter lugar para ir, para sair ou voltar. Um lugar para chamar de seu, um lugar para chamar de lar…

Querer gritar e não ser ouvido, querer abraçar e não ser acolhido, querer amar e não ser querido, não ser visto nessa imensidão que se descortina ante seus olhos e que chamamos costumeiramente de vida…

No coração apenas um apelo mudo e um desejo simples de querer ter um lar e uma família, para que juntos possam construir uma história, onde haja um futuro. Enfim, ter a oportunidade de ser feliz ao lado de pessoas pelas quais se tem amor. Um amor desinteressado, que só quer fazer o bem, que só quer amar.

Ter uma família é desejo de muitas crianças e adolescentes espalhadas nas diversas instituições de acolhimento pelo Brasil, que esperam ter um futuro, que esperam ser vistas com amor pela sociedade, a fim de que esse sonho de ter um lar possa se tornar realidade.

Essas crianças sonham com o dia em que receberão um abraço apertado cheio de afeto, sonham com a figura de um pai para jogar bola e tornar-se um herói e amigo. Sonham com uma mãe, para levar na escola ou simplesmente ninar em seu colo. Sonham com irmãos para dividir segredos e sonhar futuros. Sonham em ter uma família com avós, tios, sobrinhos e primos. São crianças comuns, que sonham com amigos para dividir e compartilhar histórias, como todos nós fomos um dia cheios de sonhos, desejos e alquimias.

É triste pensar que um país como o Brasil, muitas crianças superlotam os abrigos à espera de uma família. Esse número aumenta quando se trata de crianças e adolescentes maiores de 07 anos de idade, uma vez que a maior parte dos pretendentes à adoção atualmente opta por crianças menores e têm resistência em adotar aqueles que estão fora da “faixa de adotabilidade”, com isso, o tempo passa e estas crianças permanecem na expectativa, esperando que em algum momento a oportunidade de ter um lar surja e mude o seu futuro.

São apenas crianças que só querem ser amadas e partilhar o amor que trazem guardados em seus corações. Elas trazem no olhar o brilho da esperança e no sorriso a certeza de que em algum lugar uma família os aguarda com o coração cheio de afeto para compartilhar, mesmo diante de tantos desafios, elas acreditaram e têm esperança de que esse desejo se torne real.

Pessoas assim, com essa garra e perseverança, não desistem dos seus sonhos, nascem fortes e por isso se tornam Campeões diante da vida, ainda que esta lhes traga grandes desafios, eles lutam e saem vitoriosos.

Não devemos nunca perder a capacidade de sonhar e a esperança, pois essa vida é um jogo e o placar final, depende da determinação que empregamos ao jogar, mas nada disso tem efeito se não tivermos fé e a certeza de que estamos fazendo o nosso melhor.

Estes Campeões estão no jogo da vida e ao encontrarem suas famílias, com certeza, construirão uma nova história, cheia de lutas é verdade, mas, sobretudo, cheia de vitórias, porque ao lado dos que se amam nunca estarão sozinhos e é na família que encontrarão o seu maior troféu: o amor.

Venha, Veja, Torça, Apaixone-se e Adote um Campeão!

 

Por: Dalila Fernandes